A música judaica carrega uma herança infinita. Traz, por exemplo, uma tradição vinda dos cantos das rezas que fizeram a nossa fé e nossa história judaica. Ali com aquele ancestral talvez estivesse um pouco da minha alma, penso nisto agora.

Mas tudo, claro, é questão de sensibilidade. A música sempre alimenta a mente criadora, e comigo não é diferente. É como se ela me tocasse a alma e dissesse assim: “Jamais poderia te esquecer!”

Sério, não é uma coisa “brega”, mas algo que vem para abraçar, para congregar, para afagar. A sensação é de regozijo pleno, pois parece que tenho afinidade completa pelas “ecos melodiosos” que dali emanam, e também por algumas poucas frases e palavras que consigo pinçar em idiomas como o hebraico e o iídiche.

Talvez seja a magnitude histórica de nosso povo que também eleve a musicalidade judaica a um nível tão bom e tão elevado. A espiritualidade casa com musicalidade. Não fosse assim os artistas não se retroalimentariam com as diferentes e complementares artes, pois aqui existe de fato retroalimentação.

Mas como não só de pão vive o homem, a música judaica também chega ao Brasil numa forma ou roupagem mais institucionalizada, isto é, através de um Instituto de Música Judaica. Com isso, oportunidades para músicos brasileiros conhecerem e quem sabe se integrarem ao repertório incomensurável da música que tanto nutriu corações de judeus enlevados nas suas rezas e na sua intrínseca ligação com seu Criador, agora é real.

Esta é a proposta do Instituto que abriu suas portas em São Paulo. (ver a matéria do Programa “Mosaico” no vídeo abaixo). Aliás, no vídeo o que vemos é o caminho inverso, de músicas brasileiras sendo cantadas em hebraico. Nicole Berger explica sobre a proposta do Instituto de Música Judaica, e também canta um pouco na língua eterna. Vale conferir!

Texto: Letras Criativas