O presidente da Confederação Israelita do Brasil, Claudio Lottenberg, se reuniu na semana passada com integrantes do alto escalão do governo federal para levar a posição da entidade sobre a visita do dirigente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil, que ocorrerá ainda neste mês. “Encontrei ministros muito abertos ao diálogo e sensíveis a nossas colocações”, relatou Lottenberg. “Tenho a convicção de que nossa mensagem ecoou em Brasília”.

O presidente da Conib se reuniu na última quarta-feira com a ministra-chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann, e com o chanceler Antonio Patriota. As conversas abordaram vários temas, entre eles a participação de Mahmoud Ahmadinejad na conferência Rio+20, a ser realizada a partir de meados de junho.

“É um evento das Nações Unidas no Rio de Janeiro, portanto, o Brasil não tem poderes para impedir a entrada de representantes de um país integrante da organização”, explicou Lottenberg. “É semelhante aos momentos em que Ahmadinejad desembarca em Nova York para falar na Assembleia Geral da ONU”.

A imprensa brasileira noticiou que Ahmadinejad pediu um encontro bilateral com a presidente Dilma Rousseff durante a passagem pelo Brasil. “Somos contrários a nosso país tratar um ditador com deferências e deixamos, de forma democrática, essa posição bastante clara em Brasília”, disse Lottenberg. “E certamente não estamos sozinhos na mobilização, já que contamos com apoio de diversos setores da sociedade civil, que rejeitam um regime que viola sistematicamente direitos humanos e é uma ameaça à paz global”.

O presidente iraniano nega a ocorrência do Holocausto, o assassinato de seis milhões de judeus pelo regime nazista. Também defende “varrer Israel do mapa”. O governo fundamentalista do Irã viola sistematicamente direitos de mulheres, homossexuais e minorias religiosas, como os da fé Baha´i. A oposição, conhecida como “movimento verde”, sofre intensa repressão.

O Irã também se recusa a abrir seu programa nuclear a amplas inspeções de representantes das Nações Unidas e apoia grupos terroristas, como o Hamas e o Hezbola. Também é o principal aliado do presidente sírio, Bashar Assad.

A Conib, junto com movimentos de mulheres, homossexuais, negros e outras minorias, vai participar de protestos contra o regime iraniano, a serem realizados no Rio de Janeiro, São Paulo e em outras capitais.

FONTE: CONIB