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Cerca de 500 pessoas lotaram o Teatro Arthur Rubinstein, no dia 20 de novembro último, para assistir ao espetáculo musical beneficente “O Melhor de Mim”, uma parceria da Na’amat Pioneiras São Paulo, CBM e KKL, com apoio de A Hebraica. O espetáculo reuniu, voluntariamente, grandes talentos da comunidade judaica apresentando canções que marcaram suas vidas em um show que, segundo muitospresentes, ficará na lembrança tanto pelo seu ineditismo artístico quanto pelas emoções que despertou.

Sob a direção musical do maestro León Halegua e acompanhamento de Sima Halpern e seu Conjunto de Câmara, participaram do evento os cantores Bruno Luis Zular Wertheim, Claudio Goldman, Daniel Szafran, Dina Marx, Gilbert, Ilana Schonenberg Bolognese, Nicole Borger, Felipe Grytz (Pipo), Rafael Zolko, Régis Karlik e Sabrina Shalom, além do Coral do clube.

A Na’amat já fez parcerias tanto com a CBM, como o evento Yachad em maio deste ano, quanto com o KKL, nas comemorações de Tu Bishvat. Segundo Clarice S. Joszef, presidente da Na’amat São Paulo, “diante do sucesso das experiências, decidimos unir as três entidades para a realização de uma atividade em outro formato, com o apoio de A Hebraica. O importante quando se faz parcerias é aproveitar o que cada entidade tem de melhor para oferecer, para que o resultado final seja positivo. A Na’amat, em função do trabalho que realiza há anos, possui muita credibilidade e penetração junto à comunidade, o que facilita, entre outros pontos, a venda de um grande número de ingressos e a organização e logística dos eventos. Gostaria de ressaltar, também, o empenho de todos os que trabalharam para o sucesso desta noite: voluntários, profissionais e artistas”.

A importância das parcerias foi mencionada, também, por Céres Maltz Bin, presidente da Na’amat Brasil. “A formação de parcerias como esta são importantes e positivas, pois todos nós trabalhamos em prol das mesmas causas: o sionismo e a comunidade judaica do Brasil”.

Para Avi Gelberg, presidente da Confederação Brasileira Macabi (CBM), “O show de hoje mostrou várias facetas do povo judeu – do cancioneiro idish ao jazz, passando pela música brasileira e outras tendências artísticas. Foi uma noite realizada com o coração, que mostrou um pouco do que é o idishkait, o espírito judaico. A CBM pretende dar continuidade a esta parceria com a Na’amat em 2014, reafirmando a posição de que é uma entidade que vai além do esporte”, destacou.

Os artistas sucediam-se no palco ininterruptamente, mostrando ao público a diversidade da cultura judaica. Às melodias tradicionais como “Yerushalaim Shel Zahav”, apresentada por Dina Marx, e “Kol Haolam Kulo”, por Felipe Grytz (Pipo), mesclavam-se as notas de jazz que saíam do piano tocado por Daniel Szafran, ao medley de canções populares e eruditas de Claudio Goldman, as palavras de “Bring Him Home”, do musical “Os Miseráveis”, docemente entoadas por Sabrina Shalom, e de “Papa Can You Hear me”, originalmente cantada por Barbra Streisand no filme “Yentl” e revivida naquela noite na voz forte de Régis (Regina) Karlik. A música brasileira esteve presente na interpretação de Ilana Schonenberg Bolognese da canção “Sangrando”, de Gonzaguinha.

O público teve, ainda, a oportunidade de apreciar novos talentos como Bruno Luiz Zular Wertheim, que levou para o palco o sucesso de Elton John, “Your Song”, canção que, segundo ele, inspirou-o a se aprofundar no universo pop; e de Rafael Zolko, o “José”, do espetáculo musical “José e seu Manto Technicolor”, que, com sua canção em idish “Romania”, mostrou ao público que já está trilhando os caminhos do cancioneiro ao qual pretende se dedicar nos próximos anos.

A cada apresentação, aplausos e mais aplausos, que se intensificaram quando Claudio Goldman apresentou-se acompanhado por um coral de seis meninas, integrado por Ariela, Dália, Julia e Diana Grabarz, Dália Halegua e Isadora Goldman. Cantando com suas vozes meigas, elas encantaram os presentes, dando um toque especial a uma noite que, com certeza, ficará na memória e na história da cultura judaica comunitária. Como constou no programa do show, “o espetáculo foi a realização de um sonho que a união das instituições e a participação dos artistas viabilizou”.

“Escolhi duas músicas que considero marcos na minha carreira. A primeira foi “She’, para a qual recebi autorização de Charles Aznavur para gravar e que faz parte dorepertório dos meus shows. E a outra foi ‘Tikvá’, tema de abertura da novela Esperança, primeiro tema de abertura gravado em hebraico e que foi levado a mais de cem países para os quais a Rede Globo autorizou a transmissão da novela”, frisou o cantor Gilbert.

“Foi uma noite muito emocionante onde cada um, como diz o próprio nome do espetáculo, deu o seu melhor. O grupo criou uma sinergia na qual todos interagiram como se fossem tijolos de uma parede, totalmente encaixados uns nos outros. Como maestro, foi um grande privilégio trabalhar com toda esta equipe”, finalizou Leon Halégua.