Quando aparecer a primeira estrela na noite de 06 de setembro, cerca de 120 mil judeus de todo o país vão iniciar as comemorações de duas das datas mais significativas e importantes do calendário judaico: o Rosh Hashaná, Ano Novo Judaico, e o Yom Kipur,  o Dia do Perdão,  que tem início na noite de 16 de setembro (dez dias após a comemoração do Rosh Hashaná).

Assim como no ano passado,  este ano, por conta da pandemia, as comemorações  acontecerão de maneira hibrida, refletindo a pluralidade da comunidade judaica.  Algumas Sinagogas vão fazer as cerimônias presenciais, com número reduzido de pessoas e dentro de todos os protocolos de segurança. Outras farão a transmissão 100% online e sem a presença de público e tem também as que farão as cerimônias com público e transmissão online simultaneamente.

O Ano Novo Judaico começa com uma celebração solene e também festiva da chegada do ano 5782. Vários alimentos simbólicos são ingeridos na refeição da primeira noite de Rosh Hashaná, entre eles, maçã com mel, para que se tenha um ano doce, chalá (pronuncia-se ralá), um pão em formato redondo, que simboliza a continuidade e o desejo de um ano sem conflitos e romã, para que os méritos sejam numerosos como suas sementes. O peixe é uma tradição: sempre nada para frente e sua cabeça pode ser oferecida ao decano da mesa como deferência especial. Ingredientes como vinagre ou raiz forte devem ser evitados, para que o ano não seja amargo.

Nas sinagogas, as orações incluem o toque do Shofar, instrumento feito de chifre de carneiro e que nos avisa da chegada dos “Dez dias de Arrependimento”, que começam com Rosh Hashaná e culminam com Yom Kipur.

Ao anoitecer de 16 de setembro tem início o Yom Kipur. Esta é considerada a data mais sagrada do calendário judaico, em que se faz jejum para atingir uma introspecção completa e pede-se o perdão dos pecados cometidos.

“O ano que se encerra foi recheado de muitos desafios com uma pandemia que ainda não nos deixou. Tivemos que nos reinventar como família, como profissionais, como amigos. Apesar de todas as dificuldades, a comunidade judaica continuou forte dando exemplo de união, especialmente em suas atividades assistenciais, humanitárias e na educação judaica, cuja campanha acabamos de encerrar aumentando o número de alunos dentro das escolas judaicas. Tenhamos fé, pensamento positivo e confiança em Hashem para encerrar esse ano de superação e iniciar 5782 confiantes para um ano bom e doce dentro da melhor tradição judaica”, declarou Luiz Kignel, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp).